Paróquia

Santa Rosa de Lima

Notícias da paróquia › 01/06/2015

Mensagem aos Dizimistas

dizimo2Prezados dizimistas, que a paz do Senhor esteja sempre seus corações!

Recentemente, numa das celebrações semanais, meditamos sobre o encontro de Jesus com um jovem rico (Mc 10,17-27). No diálogo apresentado pelo evangelista São Marcos, o rapaz questiona Jesus sobre o que fazer para ganhar a vida eterna. A pergunta dele inicia-se chamando Jesus de Bom Mestre. Ao responder Jesus esclarece que só Deus é bom e logo em seguida refere-se aos mandamentos. O rapaz afirma que tem observado os mandamentos e Jesus lança um desafio – “Só uma coisa te falta: vai, vende tudo o que tens e dá aos pobres”. A conversa entre eles termina dizendo apenas que o rapaz ficou abatido e foi embora cheio de tristeza, porque era muito rico.

Entendo que essa narrativa comporta dois aspectos interessantes da nossa experiência religiosa. O primeiro refere-se a conhecer e viver os mandamentos do Senhor. O segundo conduz a uma reflexão sobre o apego às coisas materiais. Certa vez li que para viver de forma coerente a nossa fé precisamos exercitar o desapego às coisas materiais em dois sentidos, um afetivo e outro efetivo. Entendo que o sentido afetivo refere-se a um apego cada vez maior a Deus, um amor que pode crescer continuamente. Quanto mais nos apegamos a Deus, menos afeto alimentamos em relação às coisas e aprendemos a lidar melhor com elas. O sentido efetivo do desapego às coisas materiais, no meu entender, refere-se ao gesto concreto da solidariedade e da partilha. Numa realidade de desigualdades sociais, a solidariedade ganha corpo à medida que efetivamente alguém se dispõe a colaborar com o próximo. Não se trata de doar o que sobra, pois se assim fosse, a doação acabaria quando não sobrasse mais nada. Trata-se de partilhar, de ter consciência da necessidade de quem recebe, o que implica em certo “esforço” da parte do doador. Penso também que, fazer esse “esforço” não é tarefa tão simples, daí o porquê de Jesus dizer que só Deus é bom. Por mais que nos esforcemos nunca realizamos doações integralmente gratuitas, sempre esperamos, nem que seja um “muito obrigado”. Somente Deus dá tudo sem esperar nada em troca, tanto que muitos filhos de Deus sequer reconhecem a intervenção divina em suas vidas, embora continuem a usufruir da generosidade do Pai.

Que possamos reconhecer com sinceridade de coração o quanto recebemos de Senhor e reflitamos cada vez mais o quanto conseguimos ser afetivos e efetivos na relação com Deus e com o próximo. Agradeço a Deus pelo seu gesto de doação.

Pe. Sérgio Lucas

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